A RPPN Volta do Rio foi criada através da Portaria nº 36 de 27 de março de 2014 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e sua área de 103 hectares (96% da área total do sítio), está interligada com outras 5 RPPNs criadas simultaneamente, perfazendo um total de 550 hectares de área protegida para as futuras gerações e ao Parque Municipal Serra das Almas, criado em 2002. Está localizada a cerca de 17 km da cidade da cidade de Rio de Contas, na região chamada de Brumadinho, na cadeia de montanhas que compõem a Serra das Almas, a qual integra a Serra do Espinhaço.

A face oeste da reserva fica em frente ao famoso Pico das Almas, um importante ponto turístico da região e um dos pontos culminantes do Nordeste, com seus 1958 m de altitude. A topografia na RPPN é bastante acidentada e com altitudes variando de 1320 a 1560 m e temperaturas entre 8 e 32 ºC. O índice pluviométrico anual varia entre 560 mm (em 2023) e 2020 mm (em 2020), sendo o mais comum, em torno de 1100 mm. Está inserida na microbacia do Rio Brumado, parte importante da bacia do Rio de Contas, um dos mais importantes rios do Estado da Bahia, que desemboca no mar na cidade de Itacaré, no litoral sul da Bahia.

A riqueza da fauna também é destaque, com espécies como: a onça parda (sussuarana), o veado de caatinga, o bugio (Alouatta caraya), jaguatirica, paca, papa-mel, porco do mato, mocó, raposa, jacu (jacupemba), seriema, beija-flor de gravata vermelha (endêmico da chapada), sagui do topete branco, tatú, teiú, tamanduá-mirim, serpentes (cascavel, jararacas, coral, cainana, salamanta...), escorpiões etc. A onça pintada já existiu na região, mas foi praticamente extinta em decorrência da ação predatória humana. Na mata de encosta da RPPN Volta do Rio ainda vive uma pequena família de bugios-pretos (Alouatta Caraya).

De acordo com o SNUC, numa RPPN são permitidas atividades de proteção, pesquisas científicas e visitações com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, desde que previstas no plano de manejo da reserva. Antes do Plano de Manejo aprovado só são permitidas as atividades de proteção e de pesquisas científicas de baixo impacto.

Numa RPPN também é permitida a soltura de animais silvestres, mediante autorização do órgão ambiental competente e de avaliação técnica que comprove, no mínimo, a integridade e sanidade física dos animais e sua ocorrência natural nos ecossistemas onde está inserida a RPPN. Só são realizadas solturas de animais silvestres trazidos pelos próprios órgãos ambientais competentes, no caso da Bahia, o INEMA ou os Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). A RPPN é cadastrada no INEMA como Área de Soltura de Animais Silvestres, na categoria 1 (ASAS 1). Nesta categoria, só são trazidos os animais já aptos para soltura imediata.

A RPPN Volta do Rio não realiza atividades de visitações de caráter turístico/recreativas. O foco está na proteção, na pesquisa científica e nas visitações eco-pedagógicas/educação ambiental.

Nas áreas do sítio que não são RPPN realizamos vivências ecopedagógicas para estudantes, voluntários e visitantes selecionados, relacionadas com a Permacultura (Princípios éticos e de design no planejamento da propriedade), a Bioconstrução (técnicas aplicadas na construção das edificações do sítio), o Ecosaneamento e Manejo de água (captação de água de chuva em cisternas e no solo, tratamento das águas servidas e funcionamento e manejo dos sanitários secos), a Compostagem com minhocário (destino dos resíduos orgânicos da cozinha, dos sanitários secos e das podas do pomar), o Aquecimento solar e por fogão à lenha da água de banho, a Energia solar fotovoltaica das edificações, etc.